Você Vai Sair Mesmo (Do Meu Jardim)?
está na metade de abril, e você está no fim da tarde na minha floresta eu seguro uma vela acesa em um galho você -de baixo- sugere algumas coisas para fazer com a chama como soprar e juntar os dedos nela -animado- sacudir e jogar água nela você não consegue só apreciar a minha chaminha? estou desapontada, eu choro a minha chama caindo nos seus pés e eu sou cruel e o chão molhado apagou o chão mais molhado do mundo é o do meu jardim e duas portas se abrem e pedem para você sair daqui empoleirada, eu me deito feliz e que bela tarde! eu ascendi chamas pela floresta inteira e eu tenho o pressentimento de que uma chuva fininha vai chover faíscas nas minhas velinhas.
Hipervigilante em Sonhos
É uma história terrível, eu estava hipervigilante hipervigiando as minhas velinhas então eu soprei uma por uma e uma por uma me deixou sozinha. Encolhida nos arbustos, tremendo não o clima ou a chuva ou a fumaça nas minhas velinhas mas o horrível tempo: O Tempo Em Que O Meu Guarda Foi Embora. Eu conto devagar essa história para as meninas porque é o nosso entretenimento (já que está escuro e não temos luzinhas) "como é assustador ver um par de sapatos partindo- pegadas na lama, os portões" eu: dormindo caindo caindo "Mas que pouca fé ele teve em você: não te ligou de volta, não desenhou galáxias para comprovar o quanto vocês eram: Astronômicos" e agora você está triste e quietinha quietinha Foi o pior da hipervigilância quando eu escancarei as portas e estendi o laço e estendi o diadema e te pedi pra entrar E você foi escalando o muro, me deixando sozinha sozinha Nós fechamos o livro, choramos um pouco está claro porque está limpo e vamos dormir com essa história foi belo, foi bem escrito e não foi meu.
Mas Eu Peguei Uma Mala (Para Fora da Floresta)
eu estava esperando por uma epifania e eu só ouvi barulhinhos de pássaros eu estava esperando por uma epifania e eu só escuto alguém pulando na piscina mas eu estava esperando por uma epifania uma epifania sobre você. eu peguei a minha caixinha com os seus livros preferidos e as minhas listinhas então eu saí da floresta sozinha e ouvindo a vida- remota em um radinho de pilha. eu tropecei e tropecei de novo então eu caí e eu dormi em uma colina "onde estão as árvores?- o que você fez com o meu preferido?" agora andando em uma estrada eu entro em obliteração e penso: que nós poderíamos tirar os óculos ao mesmo tempo que você poderia se interessar pelo o que eu penso que nunca mais eu apagaria as velinhas -você não me decepcionaria- que nós combinamos mesmo mesmo que eu vou te achar em algum cânion em algum lugar. de algum jeito. que essa estrada é muito bonita -eu posso parar em algum rancho ou algo assim- que eu posso ficar por aqui...
Poemas escritos por Sarah Fukuyama Ataíde
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